Como o filme A Pior Pessoa do Mundo inspirou o vídeo da música “Tatuagens”?
O meu percurso não passa apenas pela música. Licenciei-me em Ciências da Comunicação com especialização em cinema, e tenho uma pós graduação em Storytelling. Consumir cinema é uma grande fonte de inspiração para mim, seja para escrever canções como para conceber a estética para o meu projeto.
Recentemente, tive a oportunidade de colaborar com o realizador Victor Hugooli na criação de três videoclipes que contam uma única história. No videoclipe da música “Tatuagens”, fizemos uma referência a um dos meus filmes preferidos, chamado A Pior Pessoa do Mundo. Neste filme, há uma cena em que Julie, a personagem principal, corre pela cidade para ir ter com o seu “amante”. Neste momento, o tempo parece “congelar”, as pessoas ficam paralisadas como estátuas nas suas atividades quotidianas. Esta cena em particular é muito interessante para mim, porque explora este conceito da elasticidade do tempo.
Decidimos incorporar este conceito no universo da música “Tatuagens”. No início do vídeo, as pessoas estão paradas a meio de ações quotidianas. Parece que o mundo inteiro está em pausa enquanto eu aguardo pela chegada de alguém. Gradualmente, vemos a figura de um homem que lentamente se aproxima de mim. No preciso momento em que ele me toca, o tempo “descongela” e as pessoas começam a mover-se naturalmente.
Da Música ao Audiovisual: As tuas tatuagens na ponta dos meus dedos revelam-me segredos
A música “Tatuagens” marca o início de uma trilogia que narra uma história de amor. A pele, sendo o maior órgão do corpo humano, é também uma vasta tela onde registos e memórias se imprimem. Cada corpo é uma obra de arte e cada tatuagem conta a sua própria história. Por essa razão, decidi criar um pequeno documentário, intitulado “E as tuas tatuagens na ponta dos meus dedos revelam-me segredos” para acompanhar o lançamento deste single.
Este documentário conta com testemunhos de doze pessoas, cada um dando a conhecer a história por trás das suas tatuagens. Este vídeo foi realizado pelo meu querido e talentoso amigo, Afonso Batista. O meu objetivo era explorar esta metáfora das tatuagens como uma forma de conhecer a história de alguém. Esta canção marca o início de uma história de amor, aquele momento em que estamos a conhecer o outro, a vê-lo mais de perto, e a desvendar o seu passado.
Quando tive a ideia de fazer este projeto de vídeo, nunca pensei que tantas pessoas quisessem participar. Recebi imensos testemunhos incrivelmente vulneráveis e bonitos. Muitas das histórias emocionaram-me profundamente. Foi muito gratificante este sentimento de partilha que senti com este documentário.
Podes escutar o single “Tatuagens” nas várias plataformas de streaming.