Em Quando Voltar ao Chão, Tomé Silva (aka TOMÉ) ergue a sua casa. A partir de uma variedade enorme de sessões de improviso, jams e field recordings, o produtor e multi-instrumentista almadense cortou e colou uma infinidade de sons para construir um fogo onde a nostalgia arde e se vê. Nestas canções, vagarosas e perdidas no tempo, habitam memórias do passado, a crise do presente, e esperança para o futuro. 

Editado pela portuense Fera Felina em abril deste ano, Quando Voltar ao Chão marca um novo início artístico para Tomé. Depois de anos a revelar-se (e a confirmar-se) como um dos mais excitantes produtores de música eletrónica em Portugal – o EP All I Am Is We (2023) é prova maior desse facto –, Quando Voltar ao Chão é o maior triunfo artístico de Tomé até ao momento. A razão? É o projeto que mais revela aquilo que este mais anseia demonstrar com a sua música: emoção.

Desde o dia zero que Tomé tem procurado exprimir-se com a sua música. Primeiro, em meados da década de 2010, ainda enquanto teen metaleiro, como o projeto pioneiro de dungeon synth português Fallen Emperor. Depois, como produtor de eletrónica com o nome de Metrotrip, antes de se assumir como baterista dos subvalorizados Vem Veneno e começar a lançar coisas em nome próprio. Entre a eletrónica, a canção pop e as mil e uma experimentações possíveis de encontrar entre o seu Soundcloud e o seu Bandcamp, Tomé Silva não descansa até encontrar o seu propósito.

Capa Quando Voltar ao Chão
Capa Quando Voltar ao Chão

Em 2024, além de lançar Quando Voltar ao Chão, Tomé Silva também se destacou como produtor de Suspiro…, o longa-duração de estreia de Maria Reis. Atualmente, também toca bateria na formação ao vivo da autora de Benefício da Dúvida e é no ser baterista de outros onde Tomé coloca atualmente as fichas do seu futuro próximo. Porém, que não se pense que isso o irá impedir de ir tocando aqui e ali ou de fazer parte de outros projetos. Em outubro, toca no OUT.FEST, no Barreiro, num concerto onde irá tentar conjugar improviso ao piano com múltiplos samples. Além disso, gere o arquivo Música Vulcânica no Bandcamp e é um dos membros do coletivo multidisciplinar Æ.

Fomos tomar o pequeno-almoço com Tomé à Graça para sabermos mais sobre o seu universo sonoro e sobre o seu percurso artístico até ao momento.

Como começaste a fazer música?

Tive aulas de música a partir dos cinco anos na Academia Almadense. Aprendi solfejo, flauta, a cantar. A partir do quarto ano, comecei também a ter aulas de bateria e depois fui para a Academia de Música de Almada onde aprendi produção clássica – vibrafone e essas cenas. O meu primeiro projeto musical foi Fallen Emperor-

O “primeiro projeto de dungeon synth português”?

Sim, literalmente [risos]. Tinha 15 ou 16 anos quando comecei a fazer Fallen Emperor. Até bem recentemente, foi o meu projeto mais bem-sucedido, o que vendeu mais coisas no Bandcamp.

As pessoas sabiam que eras tu por detrás de Fallen Emperor?

Não. Ninguém sabia que eu tinha 15 anos, estás a ver? Estava em grupos de Facebook de dungeon synth e tinha bué Internet friends por causa disso. Mas eram todos gajos mais velhos. Nessa altura, eu era metaleiro hardcore. Tinha um battlejacket cheio de patches, cabelo comprido, usava correntes [risos].

Tocaste em alguma banda de metal?

Não, não. Mas toquei numa banda que eram os Vem Veneno.

Com a Carolina Miragaia.

Sim, era o baterista dessa banda. Mas nunca toquei numa banda de metal, para grande desgosto meu [risos].

Tinhas alguma banda de metal favorita?

Imagina, a minha cena era black metal porque é daí de onde surgiu o dungeon synth. Mas depois dessa fase fiz outras coisas. Fiz umas cenas mais folk primeiro e só depois comecei a experimentar fazer música eletrónica.

Aí já lançavas música como Tomé ou ainda era com outro nome?

Não. Lancei coisas com o nome de Metrotrip, que era um projeto onde basicamente era eu a tentar imitar Aphex Twin.

Que é uma grande influência tua.

Sim, mas ele é influência de toda a gente [risos].

Como sentes que a tua presença na Internet influenciou a tua música?

Já senti mais impacto, honestamente. As cenas que tenho feito não vêm muito desse sítio, sabes? Mas antes vinham bastante. Por causa da consciência coletiva da Internet, dos memes, das creepypastas, e como era fácil expressar essas coisas através da música eletrónica. Eu até cheguei a ter ideias de fazer mundos de Minecraft para acompanhar os meus álbuns, mas nunca cheguei a fazer isso.

Chegaste a fazer música com redstone no Minecraft?

Sim, mas não canções minhas. Reproduzia canções de outros com redstone.

O que achas da banda sonora do Minecraft [Minecraft – Volume Alpha]?

Genial. Por si só, ela já é nostálgica, mesmo que nunca tenhas ouvido aquilo antes. Eu comecei a jogar Minecraft para aí em 2012, quando estava no quinto ano, porque todos os meus amigos jogavam e eu juntei-me. Nessa altura, já soava nostálgica. Portanto, agora… a nostalgia soa ainda mais real.

Não consigo jogar versões recentes do Minecraft. Parecem-me todas demasiado megalómanas.

Todos os anos tenho uma fase de duas semanas em que volto a jogar Minecraft, mas jogo sempre versões mais antigas. Por acaso, estou numa fase dessas neste momento, mas acho que estou a sair dela.

O coletivo Æ, do qual fazes parte, representa um bocado este teu lado ainda presente no digital.

Sim, porque o digital e a música eletrónica são uma grande forma de expressar emoções, estás a ver? Agora posso não estar tanto a fazer isso, mas tu consegues expressar tudo através da eletrónica e isso é fascinante. Num instrumento acústico, os teus movimentos traduzem-se automaticamente em som, mas na eletrónica não. Há um grande buffer entre ti e o som. Tens de dizer ao computador o que queres que ele faça e ele faz. Mas apesar disso consegues lá colocar muita emoção. E de onde vem essa emoção? É crazy.

Para ti, de onde vem?

Acho que é precisamente essa pergunta que me está a levar a fazer mais cenas de improviso e acústicas porque quero mesmo encontrar de onde vem. As cenas de eletrónica que tenho feito ultimamente são mais cenas de remix, em que o exercício que faço é tentar encontrar uma dada emoção numa malha e retrabalhá-la de outra forma. Para mim, o remix é sobre isso.

Bem, tu tens remixes tanto do King Bigs como de Arthur Russell, que são duas emoções completamente opostas.

Na do King Bigs o objetivo era ver o quão diferente podia fazer a cena. Transformar uma malha de drill bué fucked up numa cena feliz. Isso também é interessante de fazer. A do Arthur Russell… fiz isso há imenso tempo, mas ainda soa fixe. A ideia foi mesmo pegar na emoção dessa malha e fazer uma edição overblown e cheesy, como no hyperpop.

Como surgiu a ideia de colar os fragmentos sonoros que compõem o Quando Voltar ao Chão?

Eu comecei a explorar improviso na guitarra quando estava a estudar na ESMAE, no Porto, e ia gravando esses improvisos. Gravei bastantes improvisos e a ideia surgiu-me com isso. Depois, fui fazendo jams com malta, como a Sara [Machado], que era minha colega na ESMAE e que toca violino em algumas das malhas, com o [António] Feiteira, que é o baterista de Amuleto Apotropaico e foi baterista dos Terebentina, e com o Guilherme Rodrigues. Juntei a esses excertos gravações aleatórias que fiz na terra da minha avó, com o meu avô e família. Peguei nisso tudo e fui construindo as malhas à medida que fui encontrando ligações entre essas coisas.

Falas de “memória emocional” na descrição do álbum no Bandcamp. Sentes que a tua música serve de arquivo às pessoas que foste no passado e permite-te revisitá-las?

Sim e acho que isso é fixe. O que estou a fazer agora não tem nada a ver com o que estava a fazer há dois ou três anos, mas consigo ver valor naquilo que já fiz. Continua a ser válido e talvez um dia volte a isso. Já não faço uma malha com beat de dança há muito tempo. Apesar de ainda passar som às vezes, sinto que já não é tanto esse meu lado que quero exprimir. Aliás, neste momento não sei bem o que quero exprimir. Tenho assim umas ideias claras do que quero fazer, mas acho que ainda estou numa fase intermédia e tenho de me esforçar um bocadinho mais para descobrir mesmo o que quero fazer. Para o concerto do OUT.FEST, por exemplo, já sei mais ou menos o que quero. Imagina, quando estava a fazer dungeon synth, aquilo foi uma grande explosão. Sentia mesmo aquilo. Quando comecei a fazer eletrónica, a fazer jungle, também sentia isso, e com o Quando Voltar ao Chão também. Agora estou a tentar perceber o que me faz sentir isso. Estou também a tocar mais bateria com malta. Sinto que estou numa fase de session musician agora porque a bateria é o meu instrumento.

Sentes que a tua formação enquanto baterista influenciou de alguma forma a tua abordagem à guitarra?

Acho que comecei a tocar guitarra porque não conseguia exprimir o que queria com a bateria. Tipo, a bateria é limitada naquilo que podes fazer harmonicamente. Apesar de não saber tocar muito bem guitarra – só sei acordes básicos e assim –, é um instrumento que me permite explorar outras coisas que a bateria não permite. Eu meto a guitarra num open tuning e exploro movimentos. Sinto que é muito direta a conexão entre aquilo que quero exprimir com as minhas mãos e o som que sai do instrumento. Nunca tinha sentido isso com mais nada, nem a fazer música eletrónica nem a tocar bateria. Sinto-me muito mais confortável a improvisar em guitarra do que em bateria, por exemplo.

Como baterista, sentes que aquilo que queres mesmo fazer é tocar canções?

Sim. Gosto que exista uma canção e gosto de perceber como tocar ou fazer um arranjo de uma parte de bateria para a canção. É divertido. Além disso, gosto de tocar com outras pessoas. Ao tocar guitarra, não sinto nada disso. Só consigo tocar guitarra com outras pessoas quando são sessões de improviso. São coisas muito diferentes, são formas de pensar e tocar bastante diferentes.

Quais são as tuas referências enquanto baterista?

Acho que não assim influências diretas. Influenciam-me canções, estás a ver? Eu quando era pequeno, tocava bué metal na bateria, como por exemplo Slipknot. Acho que isso me deu bastante skill. Mas eu prefiro pensar qual o papel da bateria na canção, como por exemplo, a Júlia Reis faz. Acho que ela é incrível a fazer isso.

Ela toca para a canção.

Exato. É um clichê, mas pronto. Não curto nada de bateristas celebridades. Podes saber tocar polirritmos mega rápido, mas isso é desporto, não é música. Eu curto de malhas onde o baterista sabe o papel da bateria na música.

Geres a página da Música Vulcânica no Bandcamp, que é uma espécie de arquivo onde vais colocando coisas que tu e amigues teus fazem em conjunto. De que forma esse arquivo te permite observar a tua evolução enquanto músico?

Originalmente, essa página chamava-se só Tomé Silva e era a página onde metia as minhas cenas. Depois, comecei a querer que tivesse uma abrangência maior e que outras pessoas pudessem meter ali as suas cenas também. Eu usava o Soundcloud para colocar as cenas de eletrónica que fazia e essa página era para aquilo que estava a explorar no momento. Há lá bastante coisas que são improvisações imediatas. Há uma malha, que se chama “o meu proj final”, que é um improviso de piano de onde continuo a samplar coisas. O Quando Voltar ao Chão está cheio de sons dessa peça e o live que estou a fazer agora também. Lá está, a ideia é mesmo que seja cenas random que eu e outros podemos colocar ali. Não é suposto serem projetos grandes bem pensados. É para coisas que se sente no momento. Por exemplo, as canções que fiz com a Bejaflor [três songs] foram todas feitas numa noite.

Acho que isto liga outra vez à questão da emoção. Precisas de exprimir logo aquilo que sentes.

Sim. Para mim, a razão pela qual faço música é para exprimir emoção.

Quando tocas ao vivo, é esse também o objetivo? Ou sentes que varia conforme se estiveres a fazer um DJ set ou estiveres a fazer um espetáculo a solo?

Quando faço um DJ set, sinto que é um job que tenho de fazer e faço-o. Tenho de encontrar malhas boas para passar. Não é algo que faço tanto por mim, mas que faço mais para o público. Recentemente, aconteceu-me algo que mostra isso. Fui passar som à Noite da Raposa na ADAO e tinha sacado malhas de soundsystems para passar, mas a malta não curtiu muito. Fiquei triste, mas comecei a passar outras coisas. Depois, tenho um live também que faço com o computador, que é também dancey. Mas aí é diferente de fazer um DJ set porque é a minha cena. Se alguém não estiver a curtir, pode bazar. Não vou fazer compromissos aí. A cena de improviso com a guitarra é mais difícil de descrever porque tenho de estar num mindset específico para tocar e improvisar bem. Se não estiver a coisa, aquilo pode descambar bué rápido. Estar a tocar só porque sim é a pior cena de sempre e vai ser automaticamente flop.

TOMÉ por Cláudia Simões
Fotografia: Cláudia Simões
Tens algum ritual pré concerto para entrar nesse mindset?

Não, mas se calhar devia ter. Não sei. Também não dou assim tantos gigs e não tenho propriamente uma cena predefinida do que vou tocar ao vivo. Por exemplo, no OUT.FEST, vou tocar teclado com samples. É sempre muito diferente.

O Quando Voltar ao Chão foi editado pela Fera Felina do Francisco Pedro Oliveira, colega do António Feiteira nos Amuleto Apotropaico. Foi daí de onde surgiu a possibilidade de editar o álbum pela editora?

Eu mandei ao Feiteira as cenas do álbum e ele curtiu bué. Depois, sugeriu que se calhar o Chico poderia querer lançar aquilo. Mandei-lhe as coisas e ele curtiu. Demorou algum tempo para sair, porque nessa altura, ainda não estava tudo pronto. Mas acabou por sair pela Fera Felina, sim.

Demoraste quanto tempo a fazer o Quando Voltar ao Chão?

O processo foi bastante longo. Há gravações que são bastantes antigas e, por isso, é difícil de dizer quando comecei a fazer o disco. E ainda demorou bastantes meses desde que o disco estava pronto até sair mesmo.

Lembras-te de que altura é a primeira gravação que utilizaste para o álbum?

Não sei exatamente. Sei que estava no Porto e no segundo ano de faculdade. Portanto, diria que de há dois anos?

Achas que este disco representa de alguma forma a tua estadia no Porto?

Sim, de certeza. Quando ouço o disco, lembro-me de momentos que passei no Porto porque está muito relacionado com o conceito de casa, do que é a tua casa. E a tua casa pode ser várias coisas. Pode ser um sítio, uma pessoa. O Porto, para mim, é uma casa. Quando penso no Porto, penso em casa. O Quando Voltar ao Chão é o resultado da minha tentativa de tentar exprimir esse sentimento em som.

Sinto que estamos aqui a falar quase de música emo – e tu até tens uma faixa chamada “mdwst ftwrk” [midwest footwork]. Há alguma ligação?

Sim. A música emo, para mim, é essencial. Viste American Football no Primavera?

Vi, vi.

Aquilo foi um sonho para mim. Vi gigs bué bons nesse dia, mas esse concerto afetou-me imenso. Ouvia muito o American Football quando estava no Porto. Fazia longas caminhadas pela cidade a ouvi-lo do início ao fim.

Este ano, produziste o primeiro longa-duração da Maria Reis, Suspiro…. Como surgiu esse convite e como foi trabalhar com ela nesse álbum? Estamos a falar de alguém que já teve um EP produzido pelo Panda Bear, afinal…

Lembro-me da minha irmã, há muito tempo, mostrar-me Pega Monstro e Maria Reis quando eu ainda era metalhead e achava que tudo o que era indie português era uma bosta. E não dei oportunidade. Lembro-me de achar que era interessante, mas não ia deixar passar aquilo pelo meu filtro de metaleiro. Não queria. Mas quando saiu o Benefício da Dúvida, colei agressivamente nesse álbum.

Já não eras metaleiro, portanto [risos].

[Risos] Não. Eu digo que o Benefício da Dúvida é o meu álbum preferido de sempre e o álbum da minha vida. Eu vi a Maria no Porto a apresentar esse disco e foi um dos melhores concertos da minha vida. Grande wall of sound, só ela e guitarra. Isto foi antes de a conhecer. Eu conheci-a quando coloquei no Youtube uma drum cover da “Odeio-te” e por essa altura já conhecia pessoas da Cafetra, como o [Miguel] Abras e o Lourenço Crespo. Foi o Lourenço que mostrou à Maria a cover. Ela curtiu bué e pediu ao Abras para combinar um meet entre nós. Ela sabia que eu tinha estudado produção na ESMAE e acabamos a fazer esse disco em conjunto no meu quarto. Foi super divertido e uma experiência bué boa.

Tocar ao vivo como parte da banda dela tem sido uma experiência que está a ajudar-te a perceberes o que queres fazer daqui para a frente?

Sim, bastante. Eu gostava muito de fazer mais canções, mas… sinto que não tenho essa vocação. A Maria, para mim, é a melhor do país a fazer canções. E eu não tenho essa cena, estás a ver? Tal como ela não tem a cena de música mais eletrónica ou abstrata. Eu curtia de fazer mais canções, mas sinto que ainda não estou aí. Mas tocar com ela ao vivo – ou tocar bateria ao vivo no geral – é uma das cenas que mais curto. É uma das minhas paixões.

Algo que noto na tua música é que escutamos a tua voz cada vez mais presente na música que tu fazes. Dantes, quando se ouvia a tua voz, era sempre modificada, mas agora é mesmo a tua voz que se ouve. Como evoluiu a tua relação com ela ao longo do tempo?

Acho que só perdi a vergonha. Ninguém gosta da sua própria voz quando a ouve em gravação. Eu dizia-me a mim mesmo que o uso do autotune e do pitch-up era pela estética, mas no fundo, não era. Estava a tentar esconder alguma cena. E tipo, é possível utilizar o autotune para criar emoções que de outra forma não era possível. Acho que a Bejaflor faz isso bué bem. Mas eu gosto agora de usar a minha voz para explorar fragilidades e desafinanços-

Emo, portanto [risos].

Sim, O mano de American Football canta bué mal, mas faz sentido ali. Para mim, isso é a cena que quero fazer com a voz.

Eu disse no final do ano passado meio a brincar que achava que eras a “claire rousay portuguesa”, mas depois de te ouvir a dizer isso, sinto que não estava assim tão errado. Ela usa muito a voz dela assim.

Identifico-me imenso com ela. Sinto que ela tem a mesma forma que eu de pensar música. Ela também foi baterista e faz coisas muito diferentes também.

Tu andas sempre com um gravador?

Já não. Dantes sim, mas agora não.

Vais tocar no OUT.FEST agora em outubro. Que mais há no futuro para o Tomé?

Não estou a pensar em grande coisa, honestamente. Estou mais em modo baterista do que em modo produtor. Ser baterista está a ocupar muito do meu tempo atualmente, digamos assim [risos].

Tomé Silva toca dia 5 de outubro na edição de 2024 do OUT.FEST, no Barreiro. Bilhetes podem ser adquiridos aqui.

Cucujanense de gema, lisboeta por necessidade. Concluiu um curso de engenharia, mas lá se lembrou que era no jornalismo musical e na comunicação onde estava a sua vocação. Escreveu no Bandcamp Daily, Stereogum, The Guardian, Comunidade Cultura e Arte, Shifter, A Cabine e Público, foi outrora co-criador e autor da rubrica À Escuta, no Espalha-Factos, e atualmente assina textos no Rimas e Batidas e, claro está, na Playback, onde é um dos fundadores e editores.
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