Best New Music na Pitchfork, feature na Rolling Stone, disco do dia do Bandcamp Daily, cover da NME. Nada disto significa grande coisa em 2023, mas tanta cobertura em torno de uma só banda e do seu disco de estreia, com adjetivos como “excitante” ou “imperdível” atirados ao ar, *tem* de significar algo, certo?
Essa banda são os Model/Actriz, e o seu disco de estreia, Dogsbody (edição True Panther Records), é um dos melhores discos de 2023. Mas para se tornarem numa das bandas mais “quentes” do momento, Cole Haden (voz + letra), Jack Wetmore (guitarra), Aaron Shapiro (baixo) e Ruben Radlauer (bateria) tiveram de traçar um caminho atribulado. E, no entanto, não deixa de existir um elemento de quase-clichê em torno da formação da banda.
Os Model/Actriz surgiram em 2016 em Boston, Massachusetts, quando Ruben e Jack se reuniram em Berklee. Começaram uma banda – como um deve – e acabaram a descobrir na forma do carismático e arrebatador Cole o seu vocalista depois de uma noite em que viram uma das suas performances ao vivo – a lenda diz que a performance envolvia um espartilho e sangue falso. Daí, resultaram os seus primeiros lançamentos – no espaço de um ano, os Model/Actriz lançaram os EPs 100€, AVA e NO – e concertos. Começaram a ganhar nome com o seu punk-industrial-meio-que-teatro-rock. Contudo, em 2017, durante um período de crise existencial, os Model/Actriz entraram em hiato.
Durante dois anos, os Model/Actriz não tocaram. Em 2019, revigorados, voltaram aos concertos e deixaram a sua marca em quem os viu ao vivo. Não se estavam a levar tão a sério, decidiram que se iam divertir. Mudaram-se para Brooklyn. Beberam da irreverência e do movimento de Nova Iorque, mas não esqueceram as suas origens.
Os primeiros lançamentos da segunda vida dos Model/Actriz foram os singles “Suntan” – editado mesmo antes de ir tudo com os porcos em março de 2020 – e “Damocles”. São duas canções que apresentam uns Model/Actriz mais soltos, arrebitados, arrojados. Sem poderem tocar ao vivo, dedicaram o seu tempo a construir aquilo que se tornaria em Dogsbody.
Dogsbody é formado por canções confessionais. Algumas, como “Mosquito” ou “Amaranth”, são mais punk e dançáveis, a lembrar uns The Rapture em esteróides e se estes abraçassem ainda mais o seu lado teatral. Outras, como “Divers” ou “Sleepless” (e ainda o mais recente single da banda, “Winnipessaukee”) mais esparsas e minimalistas, terror e beleza cruzados no mesmo campo de batalha. São canções sobre devoção à Lady Gaga, encontros de Grindr, noções extremamente intensas de relações apaixonantes e destrutivas. É um disco que tem tanto de horny como de triste, onde as camadas de um protagonista vão sendo despidas para este depois se reconstruir a partir das suas vivências. São fábulas queer de um herói a oferecer catarse a quem as ouve e entende.
Este novembro, os Model/Actriz trazem o seu frontal espetáculo ao vivo à Europa pela primeira vez. A 20 e 21 de novembro, com a ajuda de Dove Armitage, tocam em Lisboa, na Galeria Zé dos Bois, em duas datas já esgotadas. Dogsbody já conquistou muito por cá, ao que parece. Se calhar a aclamação ainda importa, apesar de tudo.
Em setembro, durante um pequeno interlúdio entre datas da sua digressão pelos Estados Unidos, a Playback ligou aos Model/Actriz para falar sobre o universo de Dogsbody. Do outro lado do Atlântico, atenderam Cole Haden e Ruben Radlauer.
Recentemente li a peça da Stereogum sobre os 20 anos do Echoes, dos The Rapture, onde o Tom Breihan escreveu algo que acho que se aplica ao vosso disco de estreia, Dogsbody: “A melhor música de festa é sobre sentires que estás prestes a morrer”. Acham que a vossa música se alinha com esse espírito?
[Cole Haden] [Risos] Sim. Mas é morrer para depois ressuscitares, talvez. Muito do disco, especialmente a “Mosquito”, é sobre quantas versões de mim tive de matar para chegar à pessoa que sou hoje e quantas versões de mim ainda vou ter de matar para chegar à pessoa que quero ser. Acho que isso é uma ligação direta àquilo que dizes. Mas o final do álbum é como se estivesses a acordar de um sonho, de certa forma. Antes disso, era como se estivesses numa festa. O resto do disco é sobre isso.
[Ruben Radlauer] Relaciono-me bastante com essa citação em termos do que é a nossa música. Talvez não seja morrer de forma tão literal, mas acho que há certamente um sentimento de existir algo tão poderoso dentro de ti que simplesmente tens de meter cá para fora. Nesse sentido, é parecido com a morte, de certa forma. A alma a deixar o teu corpo. Algo que estava preso ficar livre. Acho que isso se relaciona muito com essa citação.
[Cole] La petite mort [Risos]. Uma boa festa onde sintas que estás prestes a morrer é orgásmica.
[Risos] Concordo. Cole, mencionaste a parte final do disco. Acho que as duas últimas faixas do álbum, “Sleepless” e “Sun In”, além de serem standouts, ecoam mesmo o sentimento de parecer que estás a acordar de um sonho. Mas também sinto que essas duas faixas em particular são também manifestos intensos sobre procura de identidade, em particular aplicada a corpos queer. O que sentem quando o vosso público se relaciona de forma intensa com a vossa música?
[Cole] Acho que a “Sun In”, que fecha o disco, é o coração do álbum. Foi a primeira canção para este disco para a qual escrevi a letra e acho que desbloqueou o resto. Foi como se tivesse encontrado primeiro o destino para o que queria dizer e depois tive de dar passos atrás para construir o resto. Acho também que a “Sleepless” não recebe tantos elogios como outras canções do disco, talvez porque é uma faixa complicada de replicar ao vivo e, por causa disso, não a tocamos. Mas essas duas canções foram revelações para mim. Dou muito valor quando são essas as canções com as quais as pessoas se relacionam.
Como incorporam esses momentos mais melosos e sentimentais nos vossos concertos?
[Ruben] Quer dizer, nunca tocamos a “Sleepless” ao vivo porque, como o Cole disse, a versão de estúdio dessa canção é totalmente diferente daquilo que estávamos a tentar tocar [ao vivo].
[Cole] O som da bateria nessa faixa é muito complicado de replicar. Mas mesmo o próprio feeling. A “Sleepless” é sobre estares tão preso e fechado dentro de algo e depois conseguires sair desse ciclo e florescer. Acho que muito da viagem dessa canção é a sua cor e sentimento, e ao vivo, sinto que estaríamos a perder isso, que é o que faz a “Sleepless” tão diferente do restante disco. E a “Sun In”… Tudo depende do que estivermos a sentir no momento durante o concerto dentro da sala. Há concertos que são muito sentimentais e sentes a magia, a ligação, e o público está pronto para esse momento. Quando isso acontece, tocamos geralmente a “Sun In” por último ou no encore, como se fosse uma canção de embalar para fechar a noite. Mas há concertos onde não faz sentido tocar a “Sun In”.
[Ruben] Acho que na maior parte dos concertos até agora ainda não tocamos a “Sun In”, certo?
[Cole] Acho que só a tocamos uma vez.
[Ruben] É como se fosse um miminho para nós e para o público. Não é garantido que a toquemos, mas quando a tocamos, as pessoas ficam muito contentes.
[Cole] Um concerto onde as pessoas saltam do palco não é um concerto onde vamos acabar a tocar a “Sun In” [risos].
Inspecionam o espaço onde vão tocar para perceberem como podem melhorar a vossa performance e interação com a audiência numa dada noite?
[Cole] Sim. Geralmente, verifico quanto peso aguentam as coisas, no caso de se me estiver a apetecer subir para algo. E enquanto estamos a fazer o soundcheck, eu ando pela sala com o microfone e com o cabo para ver onde pode ocorrer feedback e evitá-las. É como se me tornasse num gato, na realidade. A descobrir onde as pessoas se podem esconder para depois encontrá-las durante o espetáculo.
Li algumas críticas aos vossos concertos e o adjetivo “frontal” surgiu umas quantas vezes. Mas ainda sem vos ver ao vivo aqui em Lisboa em novembro, a descrição de um espetáculo vosso soa-me próximo de ser uma experiência catártica. Isso é algo que procuram quando tocam ao vivo?
[Cole] Sim. Catarse, para mim, é fazer com que as outras pessoas se sintam convidadas a experienciar catarse comigo, em conjunto, cada uma à sua maneira. Quando eu vou ter com pessoas durante um espetáculo e leio a sua linguagem corporal, há várias maneiras de me aproximar dessa pessoa. Mas eu preciso dessa catarse e os espetáculos transformaram-se numa necessidade emocional para mim. É extremamente especial para mim quando consigo partilhar momentos de extrema vulnerabilidade com uma pessoa do público. É cru, mas muito bonito ao mesmo tempo.
Aquilo que estás a descrever lembra-me a sensação de estar num club.
[Cole] Sim. Um club é como um organismo. Numa boa noite, tudo funciona corretamente e toda a gente opera em conjunto. Numa noite má, sentes exatamente o contrário. Existem facções dentro do organismo.
Não é uma experiência compartilhada.
[Cole] Sim, exatamente.
Ainda sobre essa procura por catarse, sinto mesmo que o próprio público está a procurar música que ofereça isso. Não sei se sentem o mesmo.
[Cole] Acho que o tipo de pessoas que vêm aos nossos concertos não são o comum fã de música punk ou industrial. Eu não lhes perguntei [aos colegas de banda] sobre isso, mas já me perguntei se isso pode ser o porquê. Revêem-se na música, mas não é porque ouvem apenas e só música punk ou industrial.
[Ruben] Eu sinto que há muita gente que ouve a nossa música e vem ver-nos ao vivo que vem de cenas queer e dance pop, mas também existem as pessoas que vêm do meio punk, hardcore, industrial. Acho que é interessante ver o cruzamento entre essas duas crowds, de ver como funcionam em conjunto. Resulta numa espécie de uma mistura entre mosh e saltos e funciona muito bem. É muito fixe ver duas facções de géneros totalmente diferentes juntarem-se, saírem da sua zona de conforto, e a coisa resultar. E é curioso, nós começamos por tocar concertos para uma cena que era principalmente constituída pelos nossos amigos e eles não eram fãs de música particularmente pesada. Eram simplesmente as pessoas que estavam lá.
[Cole] Estou a pensar em Los Angeles.
[Ruben] Ya, Los Angeles foi quando tocamos pela primeira vez para um público que era mais do punk.
[Cole] Nesse concerto, imediatamente quando começamos a tocar, abriu o mosh. Isso fez-me sentir muito triste. Senti que ninguém estava realmente a ouvir.
Esse concerto que estão a falar foi durante a primeira vida de Model/Actriz ou esta segunda vida?
[Cole] 2016. Portanto, primeira vida.
Tiveram essa primeira vida entre 2016 e 2017, seguindo-se depois um hiato que durou até 2020. E depois, ya, pandemia, antes de lançarem Dogsbody. O que mudou entre os Model/Actriz da primeira vida para a segunda?
[Cole] Como banda, sempre tivemos a missão de celebrarmos a feiura da experiência humana e vê-la como terreno fértil para a beleza. Queremos encontrar humor e absurdo na tragédia. Isso sempre foi objetivo. Só que no início acho que nunca fomos capazes de atingi-lo. Levávamo-nos demasiado a sério. Quando regressamos, ainda tínhamos em mente esse objetivo, mas tínhamos crescido um bocado e conseguimos alcançá-lo.
[Ruben] Acho que todos ficamos mais confortáveis em conseguirmos apresentar uma versão mais verdadeira de nós em vez daquela que considerávamos fixe. E isto aplica-se tanto à nossa estética como à nossa música. Durante a primeira vida da banda, éramos mais jovens e achávamos que, para sermos uma banda de música pesada, tínhamos de ser misteriosos, confrontativos, niilistas. Para mim, a coisa mais importante que deixamos para trás durante o hiato foi mesmo a nossa necessidade de assumirmos essa identidade, para conseguirmos ser uma versão mais honesta de nós próprios e fazermos as coisas de forma honesta e da forma que queremos.
[Cole] Sim, exatamente. Acho que antes sentia que precisava de fazer coisas para ser visto como membro de uma banda de industrial, sabes? Se não o fizesse, sentia vergonha. Depois, encontrei a habilidade para dizer “que se foda” e de conseguir convidar-me para dentro da festa ao invés de esperar pelo convite de outro.
Perceberam que tipo de música queriam fazer e como fazê-la.
[Cole] Exato. E íamos divertir-nos ao fazê-la porque somos pessoas divertidas.
[Ruben] Não é assim tão sério. Rimo-nos muito mais agora do que antes [risos].
Acham que às vezes as pessoas levam a vossa música demasiado a sério por causa de ser industrial e ruidosa? Consigo ver um ângulo em que a vossa música pode ser vista como pop pela experiência comunal e catarse que oferece.
[Cole] Isso seria como eu olharia para a nossa música. Portanto, concordo com aquilo que dizes. As pessoas que ouvem a nossa música de forma séria podem fazê-lo, mas acho que há uma forma muito mais divertida de o fazer [risos].
[Ruben] Acho que há várias maneiras diferentes de se ser sério. Se calhar, há pessoas que vêm aos nossos concertos à procura de ser algo agressivo, e nem precisa de ser de forma tóxica, apenas punk. Estão a procurar libertar algo. E isso também é ok.
[Cole] Mas às vezes pode parecer algo egoísta.
[Ruben] Sim, e nem sequer estamos a falar de pessoas ocuparem demasiado espaço. É apenas a intenção, de fazerem isso porque ouviram este disco super pesado. Superficialmente, ya, pode parecer que é apenas um disco pesado, mas há muitas coisas sérias que estão a ser ditas. A forma holística de ver o disco é alguém ser capaz de se juntar a nós nos picos e vales do álbum, de abraçar toda essa viagem.
[Cole] Para mim, qualquer pessoa pode ouvir a nossa música da forma que lhe apetecer, mas na minha cabeça sinto que estou a subverter alguns dos tropes de música mais pesada, especialmente durante as nossas performances. E o disco está cheio de pequenas piadas e referências. O disco, à superfície, é um disco de música pesada, mas por debaixo, é um circo. É como se fossemos industrial clowns.
Acho que podemos ver o disco como teatro rock, na verdade.
[Cole] E é. Para o mau e para o pior, é um disco de teatro rock.
[Ruben] Mas vem acompanhado de uma grande piscadela de olho.
[Cole] *Grande piscadela de olho* [risos].
Algum slasher inspirou a criação de Dogsbody?
[Ruben] “Donkey Show” soa a slasher, tanto em título como em sonoridade.
Parece-me um excelente título para um B movie!
[Cole] Adoro B movies. Já viste um filme chamado The Apple?
Não.
[Cole] É um musical que se passa em 1994, mas o filme é dos anos 70. Acho que floppou em Cannes ou Veneza? Adoro aqueles B movies de espadas e feitiçaria dos anos 80. O The Beastmaster é um deles. O Conan tem um budget um bocadinho mais alto, mas tem a mesma estética.
[Ruben] Qual era aquele de super-heróis?
[Cole] Ah, o Masters of the Universe.
[Ruben] Exatamente!
[Cole] Também gosto desse, e também gosto de slashers. Adoro o Halloween, o Nightmare on Elm Street, mas acho que-
[Ruben] Foi uma influência acidental. Acho que nenhum de nós pensou nisso, mas é certamente uma influência que se sente.
[Cole] Ya, e talvez não seja um filme em particular, mas, por exemplo, as expressões faciais de um slasher foram grande influência. Queríamos fazer passar esse tipo de melodrama. Estávamos a tentar ser bastante melodramáticos.
O disco pode ser visto como se um slasher inspirado pelas tuas memórias estivesse a ocorrer num underground club.
[Ruben] Woah, gosto disso.
[Cole] Talvez. Nós não escrevemos o disco de trás para a frente para ser a viagem de um herói, mas quando fizemos a sequência, tomou essa forma. Há uma tentativa de endeusar uma viagem humana e grandiosa, tal e qual como um filme.
[Ruben] Esqueci-me completamente do quanto ficamos obcecados com a ideia do disco ser sobre o Pinóquio.
Espera, o quê? [Risos]
[Cole] Oh, ya. Se pensares bem, é sobre o Pinóquio.
[Ruben] Havia uma frase, certo? Acho que até estava na nossa press release… “Gay Pinoquio fighting megazords”.
[Risos] O quê? Não esperava isso.
[Cole] Acho que isso está na press release, mas chegaste lá de outra forma. A “Sleepless” seria a baleia e a “Sun In” seria quando o Pinóquio se torna num rapaz verdadeiro. E literalmente a “Donkey Show” é sobre tornarmo-nos todos em burros, a “Pure Mode” também…
Isso é um detalhe fabuloso.
[Cole] Acho que foste o primeiro a morder sobre isto [risos].
[Ruben] Até o título do disco se relaciona com o Pinóquio. Dogsbody é alguém-
[Cole] Que é um criado, uma marioneta a quem delegas as tarefas mais rudimentares.
[Ruben] Ya, e o Pinóquio foi certamente uma das razões pelas quais mantivemos esse nome.
Muito fixe. Não gosto muito de perguntar sobre influências, mas gostava de discutir a “Divers”, porque além de gostar muito dessa canção, lembra-me muito Xiu Xiu. Não sei se é uma influência ou não, mas gostava de perguntar sobre isso.
[Cole] Obrigada por gostares da “Divers”. Só quero dizer, se tentares cantar baixinho toda a gente vai soar igual [risos]. Eu não estava a tentar soar igual ao Jamie Stewart, e eu gosto muito de Xiu Xiu, mas não era para aí onde estava virado a escrever essa música. Se tentares cantar com muito pouco ar, vais soar exatamente igual ao Jamie Stewart.
Acho que é um elogio, contudo.
[Cole] Sim, mas tu sabes.
Quantas vezes já compararam essa faixa com Xiu Xiu? Até tem alguém nos comentários do Genius a falar disso.
[Cole] Várias vezes e é difícil às vezes ouvir isso. É derivativo ou apenas soa tudo igual quando cantas assim?
[Ruben] Nunca tinha ouvido Xiu Xiu antes do disco sair e depois as pessoas começaram a comparar-nos. Achei que tinha de ir ouvir.
[Cole] Fiz uma playlist para o Ruben com as músicas todas que gostava de Xiu Xiu depois das comparações todas. Vamos tão copiá-los para o segundo disco.
Cole, qual é o teu disco favorito de Xiu Xiu?
[Cole] Forget ou Fabulous Muscles.
Por acaso ouvi o Forget antes da entrevista, para entrar no mood.
[Cole] Bem, eu não te vou impedir. Não me importo. Às vezes só sinto que, quando as pessoas falam dos vocais, parece que me “descobriram”, que encontraram o Feiticeiro de Oz e estou lá eu a rodar a roda a ver o que vou “imitar” a seguir. Não me importo nada de ser comparado com o Jamie Stewart porque sou fã, mas, ao mesmo tempo, ya.
Lembro-me de ter lido uma entrevista vossa onde falavam sobre essas comparações, sobre também não quererem ser comparados com outras bandas de no wave de Nova Iorque porque sentem que não se enquadram nessa cena.
[Ruben] Nova Iorque é a nossa casa, e de alguma forma, pertencemos lá. Mas não acho que estamos a beber da mesma fonte que as bandas de Nova Iorque. Nós vivemos em Nova Iorque e amamos Nova Iorque, mas não está no nosso ADN, entendes? Nenhum de nós é de Nova Iorque. As sementes e núcleo da nossa banda existiam muito antes de nos termos mudado para Nova Iorque.
[Cole] As nossas memórias principais enquanto banda não são de Nova Iorque.
[Ruben] Isso é uma boa forma de dizê-lo. Shout-out Inside Out.
[Cole] Inside Out.
Os Model/Actriz atuam dia 20 e 21 de novembro na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa. Ambas as datas estão esgotadas.