Editorial #35

Ainda que a música sirva de escape e conforto, é-me difícil fugir ao tema da semana. O ódio venceu nos EUA e a possibilidade de contágio ganhou ainda mais força.

Como qualquer arte, a música reflecte o seu tempo e espaço, oferecendo contextos de choque ou alívio ou festa ou comoção a quem se disponha a ouvir. Na Playback desta quinzena, há espaço para paradoxos de emoções: da energia caótica da descoberta do Mucho Flow, relatada pelo Eduardo Ribeiro e fotografada pela Inês Aleixo, ao júbilo da estreia em nome próprio de Sara Cruz, que esteve à conversa com a Ana Margarida Paiva. A nossa capa é assinada por Miguel Rocha, que me descreveu a sua entrevista a claire rousay simplesmente como “emo” – não será uma emoção, mas merece lugar na categoria dos estados de espírito – numa antecipação ao seu regresso a Portugal no fim do mês.

Enquanto oscilamos entre o desespero e a motivação para as jornadas de luta que se aproximam, aproveitemos a bonança da nossa periferia.

O primeiro artigo que escreveu sobre música eletrónica foi para o jornal da escola. Continuou a escrever, passou por uma grande promotora, mas foi na rádio que alimentou a maior paixão. A sua voz atravessou a antena de quase uma dezena de estações, mas teve residência permanente na Oxigénio durante cerca de cinco anos. Mais tarde, fundou o Interruptor. Atualmente é uma das responsáveis pela campanha Wiki Loves Música Portuguesa.
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