Regressos são por vezes feitos a ferros, e já se esperava que uma edição número 13 saída numa sexta-feira 13 se tornasse num rebento um pouco mais difícil de parir. Aos inúmeros contratempos de cariz pessoal e profissional juntou-se uma vibe estranha fruto dum outono anormalmente quente e dum mundo em decadência acelerada, o que dá muitas vezes vontade de optar simplesmente por uma política de terra queimada e seja o que Deusx quiser.
Mas é precisamente por entre esta bruma sebastianista abafada e fora de tempo que surge algum poptimismo, esta semana duplamente celebrado com Mimi Froes entrevistada por Ana Margarida Paiva (a 13ª capa da Playback) e uma crítica ao último álbum de Olivia Rodrigo por Miguel Rocha. Rute Correia e José Duarte assinam uma reportagem a quatro mãos, dois tempos, e duas geografias ao escreverem sobre os últimos concertos de David Bruno.
E para espantar possíveis malas vibras, inauguramos uma nova rubrica na Playback. Carte Blanche é um espaço onde os artistas têm total liberdade para escreverem sobre aquilo que lhes apetecer, seja para expressarem ideias e opiniões ou para sugerirem filmes, livros, discos, e tudo o mais que quiserem partilhar com quem lê. Para esta edição, pedi a João Borsch que se encarregasse de fazer as honras inaugurais—e claro que o responsável por esse álbum incrível que dá pelo nome de É Só Harakiri, Baby não desiludiu.
Mergulhem na nova Playback e desliguem um bocadinho do mundo; doomscrolling em excesso ainda vos dá paragem de digestão.