Sobre o estado da rádio alternativa portuguesa

A 25 de junho de 2024, uma notícia entristeceu-me. Nesse dia, foi anunciada a conclusão da compra da rádio SBSR pela Medialivre, dona do Correio da Manhã e de outros órgãos de comunicação social. A 30 de setembro, seria a última emissão da SBSR, dia em que vários dos meus amigos foram até aos estúdios da rádio anteriormente detida pela Música no Coração, a promotora de Luís Montez, cujos problemas financeiros têm sido notícia nos últimos meses. A venda da SBSR, acoplada à cessação da relação entre a Música no Coração e a Super Bock para a exploração da marca Super Bock Super Rock e ao cancelamento da edição de 2025 do Sudoeste, marcou de certa forma o final de uma era para a promotora, aparentemente derrotada por sucessivas trocas e baldrocas de identidade à procura de tentar fidelizar novo público. Foi em vão. O encerramento da SBSR foi dano colateral.

A SBSR, nos últimos anos, era a rádio que mais ouvia. De todas as rádios alternativas, aquelas que mais satisfazem o meu gosto musical, era aquela que sinto que me dava a conhecer artistas novos com mais frequência e que, acima de tudo, dava maior palco à música portuguesa refrescante. Se um artista ou banda passasse na SBSR, a probabilidade de gostar de pelo menos uma das suas canções era alta. É estranho que seja uma rádio privada a dar maior palco a novos artistas, mas efetivamente a SBSR fazia parte do ecossistema da música alternativa portuguesa e, quero afirmar, era provavelmente a maior divulgadora dessa mesma música. Quando a Vodafone FM mudou de identidade para Batida FM em 2023, que é mais playlist glorificada que rádio propriamente dita, a SBSR tornou-se sem dúvida a rádio que mais palco dava a novos artistas: entrevistas (o Tiago Castro e o Ricardo Mariano deviam ter uma estátua no Maus Hábitos ou assim pelo seu serviço ao underground português), sessões ao vivo, canções desafiantes inseridas em playlist.

Em contraponto, as outras estações de rádio com foco na música alternativa, pelo menos aquelas com algum alcance a nível de frequência, não estavam a fazer o mesmo trabalho. A Radar só transmite para a área metropolitana de Lisboa (a SBSR também tinha frequência no Grande Porto), a Futura só existe como rádio online, a Antena 3 está a passar por uma crise existencial em que a “alternativa pop” é bem mais “pop” que alternativa (sou da opinião que a Antena 1 está mais “alternativa” que a 3 de momento). Se eu fosse um artista ou uma banda a começar a lançar música, não saberia para onde me virar, com quem falar. Malta como o Henrique Amaro ainda dá palcos a novas bandas na sua Portugália, mas é cada vez mais difícil entrar em playlist na Antena 3 sem ligação a uma editora já estabelecida – geralmente, uma das majors – ou a um PR com bons contactos. Como os Linda Martini me disseram há pouco tempo, seria impossível hoje em dia uma “Amor Combate” ser considerada canção do ano na Antena 3 porque, simplesmente, se uma banda nova fizesse uma canção assim, não iria entrar em playlist.

As oportunidades são cada vez menos, tornando tudo numa competição para ver quem consegue entrar em playlist em detrimento do outro. Não é suposto ser assim, porque isso apenas vira o jogo para o lado de quem tem mais poder e dinheiro. E quem tem mais poder e dinheiro não são os artistas independentes. São as majors. O desaparecimento ou deterioração dos canais de divulgação de música verdadeiramente independente pode levar à criação de outros (penso em rádios independentes recentes como a Ophelia ou a Defusão) ou à refactorização de terceiros (penso, por exemplo, no recente crowdfunding bem-sucedido da RUC), mas até isso acontecer, serve apenas para uma coisa: consolidação do poder e da influência das majors.

Que pensar sobre isto tudo, então? Nos últimos tempos, tenho conversado com a Rute sobre este assunto. Sobre a qualidade (ou falta dela) da rádio dedicada à música alternativa, sobre o seu desaparecimento, sobre a forma como isto terá impacto no ecossistema independente. Afinal, a rádio ainda é amiga de muitos ouvintes, ainda possibilita a criação de verdadeiras conexões com artistas. Se não fosse a rádio em Portugal, muitas das mais importantes bandas da história da música portuguesa pós-25 de abril não teriam chegado à quantidade de ouvintes que chegaram. Portanto, Rute, que tens a dizer sobre isto?

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Sou suspeita, como sabes. Não só trabalhei vários anos em rádio, como a maior parte do meu percurso foi feito precisamente numa estação alternativa, embora noutro espectro musical: a Oxigénio. Mantenho a convicção que a rádio ainda faz hits, mas também sou crítica de como a transformação dos últimos anos não tem sido propriamente boa. Não creio que o problema seja de agora. Na verdade, parece-me reflexo de uma combinação de factores, a começar pela resistência na aposta em estratégias de conteúdo que incluíssem o digital.

Quando entrei no mundo da rádio profissional, estagiando num dos grandes grupos privados em 2010, o digital já era o futuro: a aposta nas redes sociais intensificava-se e os animadores eram encorajados a criarem páginas de celebridade, em que os amigos não se misturavam com os seguidores, por exemplo. Do ponto de vista de conteúdo, embora ainda não se produzisse com o digital em mente, já se cortavam rubricas específicas para audição no site. Em 2018, quando cheguei à minha segunda volta na Oxigénio, a estação nem um site tinha. Quando desenhei a estratégia editorial, a equipa revelou receio em colocar os textos de notícias e rubricas online, porque “outros podiam copiar”. A minha colega definiu uma estratégia para as redes sociais, que incluía pela primeira vez o Instagram, mas a lógica editorial não era complementar – era de despejo de conteúdo ou simples anúncio do que acontecia na estação. Na Radar, estação irmã, embora o panorama fosse ligeiramente mais risonho (eles não tinham perdido o site com o tempo), mantinha-se uma lógica semelhante. Posso estar enganada, mas a impressão que tenho é que os sites da SBSR e da Vodafone nunca estiveram desenhados para o ouvinte, para o melómano que procura mais sobre o que acabou de ouvir, sobre novos sons a descobrir. O objectivo era destacar o patrocinador principal e a missão era cumprida, muitas vezes, em detrimento do conteúdo produzido pela própria estação. No caso da Vodafone FM, acresce que manter uma estação com dois animadores é como querer jogar futebol com uma equipa de seis pessoas.

Estranhamente mais evidente nestas rádios de nicho, esta falta de visão do digital como uma extensão do serviço da estação de rádio comprometeu significativamente a sua sustentabilidade. A verdade é que nenhuma destas estações soube capitalizar o seu público fiel, reduzindo a experiência de curadoria musical à rádio como se fazia há 20 anos, em vez de ajustar o formato a um mundo que mudou. Se, na viragem do milénio, o acesso à música em Portugal era dificultado por um mercado interno pequeno, hoje em dia, a escassez tornou-se abundância. Assim, o próprio papel do animador também mudou. Nestas estações em que, alegadamente, ainda se faz rádio de autor, isso podia e devia ter sido alavancado com a ajuda do digital, mas a falta de recursos e/ou visão de administrações ou direções fizeram com que quase cada uma delas lentamente se tornasse um espectro do que antes foi.

Paralelamente, temos um serviço de rádio pública que parece meio perdido no que deve ser a sua missão. No mais recente contrato de concessão da RTP, em vigor até 2031, a Antena 3 surge definida nestes termos:

A “presença forte nas plataformas digitais” talvez explique o desvario que tem sido o Instagram da estação, com excertos da emissão que só nos deixam com vergonha alheia – de entrevistas com perguntas como “qual é a diferença entre uma guitarra e um baixo?” a pseudo-momentos teatrais que nem no papel teriam piada, mas cuja execução só piora tudo. É notório o esforço que a actual direcção tem feito para baixar a faixa etária do público-alvo da 3, mas conteúdo mais jovem de qualidade não se faz infantilizando quem ouve.

De facto, a “especial atenção à música portuguesa actual e descoberta de novos talentos” deveria ser o ponto de destaque da estação. No entanto, entre os programas especializados, leia-se “de autor”, disponibilizados pela estação, apenas um deles tem como ponto central a música nacional – o Portugália de Henrique Amaro. Também só um dos programas dá atenção real a música nova, embora sem o nacional como protagonista, o Avenidas Novas de Tiago Ribeiro. A maior parte dos restantes conteúdos são de carácter generalista, assegurados por melómanos veteranos e ecléticos que o fazem há, pelo menos, 20/25 anos, o que indica que neste período quase não houve renovação geracional no que respeita a uma real curadoria musical. As únicas excepções são o Tiago Ribeiro e o Alexandre Guimarães, que assina semanalmente o Imperfeita Repetição, dedicado ao hip-hop. Pelo caminho, ficou o emblemático Eléctrico, um dos formatos mais interessantes de divulgação da música nacional dos últimos 20 anos, que se revelou precisamente por ocupar um espaço híbrido entre a rádio, a televisão e o digital, e que não se percebe por que acabou. Depois de algo assim, o Ao Vivo na Antena 3 – o formato actual de prestações ao vivo – fica a saber a pouco.

Perante este cenário, é difícil refutar que o papel da rádio enquanto veículo de divulgação musical se está a esbater rapidamente. Contudo, tal como assistimos noutros meios como a imprensa, esse eclipse faz-se sobretudo à custa da aniquilação do conhecimento especializado. É que os hits para as massas vão continuar a fazer-se na Comercial ou na RFM, mas por este andar, a primeira vez vai deixar de ser na 3.

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Concordo contigo sobre o que dizes sobre como a inércia em apostar em conteúdo digital terá resultado em alguns dos fenómenos que vemos agora. Não quero trazer para a mesa o chavão da “transição digital” adotado no começo da década, mas sinto que essa expressão se aplica bem à falta de visão que mencionas. Agora, quando algumas destas rádios das quais falamos tentam apanhar esse comboio, o descarrilamento está à vista de todos.

É curioso tentarmos pensar em como as coisas poderiam ser diferentes, mas acho plenamente engraçado que muitas destas tentativas em vão de abraçarem o digital ocorram numa altura em que nunca foi tão complicado tentar navegar o digital e as redes sociais. Como me indicava o Kieran-Press Reynolds há uns meses para uma reportagem para a edição mais recente da Revista MIL, todos os dias há microtendências que surgem e que passam a ditar a ordem do *dia*. Ênfase em “dia” porque estas microtendências desaparecem tão depressa quanto aparecem. Prever o que vai ficar viral ou não é praticamente impossível. Há linguagens possíveis de discernir, claro. O TikTok não tem a mesma linguagem que o Instagram, o Instagram não tem a mesma linguagem do Youtube, o Youtube não tem a mesma linguagem (nem formato) do corpo zombieficado do Facebook. Além disso, claro, as faixas etárias presentes em cada uma destas redes sociais é amplamente diferente, tornando o desafio de criar conteúdos “virais” e possíveis de criar “engajamento” mais complicado do que nunca.

Portanto, o facto de existirem rádios públicas que decidiram transformar a sua estratégia de foco nas plataformas digitais em algo que, como dizes, só infantiliza quem ouve, frustra-me imenso. Há pessoas com talento e carisma online a criarem conteúdo muito mais interessante e, às vezes, mais virais (penso, por exemplo, no caso de Mariana & os Dramas) do que algumas destas rádios das quais falamos. Além disso, continuo a sentir que o Youtube é um meio muito pouco aproveitado por algumas destas rádios.

Falaste no saudoso Elétrico como um exemplo e sinto que o Elétrico era um tipo de projeto que cruzava, além de vários públicos, vários media. Era um projeto virado para o Youtube, cujos clipes podiam ser aproveitados para as redes sociais, e que depois era ainda transmitido na RTP. Conferia múltiplas vias de exposição para artistas e, mesmo que nem todos os artistas que passaram pelo palcos do Capitólio fossem emergentes, não deixou de ser uma montra importante para aumentar a visibilidade de alguns músicos. O final do Elétrico é um dado curioso e acredito que tenha mais a ver com finanças do que com propriamente outra coisa. Apesar das críticas, também nunca é demais relembrar as coisas boas que as Antenas e a RTP conseguem fazer a nível de serviço público com um orçamento equivalente a um pacote de Cheetos em que o tazo é oferecido ao melhor amigo.

Outrora, a Batida FM (quando se chamava Vodafone FM) e a SBSR também produziam conteúdo para o Youtube. Lembro-me de ver as sessões ao vivo de bandas como Cave Story ou 800 Gondomar no Youtube da Vodafone FM. De certa forma, a Vodafone FM teve um papel crucial na exposição inicial da música alternativa portuguesa da década de 2010, dando a algumas destas bandas um palco interessante através das tais sessões ao vivo e de entrevistas. Por essa altura, a SBSR também alinhava nesse jogo, utilizando já o Youtube como plataforma de divulgação de bandas emergentes e com alguma ligação também à cultura urbana, algo que a Vodafone FM só abraçou na sua totalidade quando passou a Batida FM – e, consequentemente, deixou basicamente de ser uma rádio relevante. (Se a memória não me falha, a Radar e a Oxigénio pouco ou nada entraram nesse jogo e tinham o seu foco principal de público no Facebook. Curiosamente, sinto que isso não mudou).

Algo importante de ressalvar é que estas estações só emitem frequências no Porto ou em Lisboa, e portanto o Youtube servia de complemento à transmissão online, permitindo assim a criação de uma relação mais pronta com o ouvinte. Isto é crucial quando se compara com a Antena 3, que tem cobertura no país inteiro enquanto rádio pública. Isto torna, de certa forma, mais confusas algumas das apostas mais recentes da estação, cujo público-alvo parece ser, principalmente, o público lisboeta. Isto é vastamente confuso quando pensamos que a Antena 3 foi crucial para a dinamização de algumas das mais importantes cenas de música alternativa em Portugal dos últimos 30 anos: Caldas da Rainha, o próprio hip-hop pós-Da Weasel, Barcelos, Leiria. Se olharmos para o Youtube da Antena 3 e para o seu programa Ao Vivo, vemos que a percentagem de artistas que passaram pelo show este ano e que vivem fora de Lisboa é muito baixa. INÊS APENAS é natural de Leiria, mas vive em Lisboa. Extrazen é de Santo Tirso, mas tem ligações à Sony, sediada em Lisboa. Van Zee e FRANKIEONTHEGUITAR são da ilha da Madeira e do Porto, mas estão ambos ligados à Virgin Music Portugal, subsidiária da Universal sediada em… Lisboa. As exceções que confirmam a regra são João Não e Lil Noon, ambos de Gondomar, e Capicua, do Porto, que praticamente é artista da “casa” na 3.

Esta estatística não joga a favor de quem programa. O Elétrico, que certamente teria os seus defeitos, era mais variado a nível de região. O próprio programa No Ar da 3 contém mais variação geográfica dos seus artistas, dando palco aos barcelenses Glockenwise (que já cantaram que em Lisboa toda a “gente caga pinta e um programa de rádio”) e aos portuenses AZAR AZAR e Riça. Os números não são incríveis, mas é importante assinalar que este centralismo é outra evidência do problema de consolidação que se alastrou nas rádios alternativas, seja ele das editoras e agências, ou das próprias vozes. Acredito que não ter existido grande renovação das vozes, fora raros casos, nestas rádios, também está relacionado com este fenómeno. É mais fácil manter a máquina a funcionar assim, trazendo apenas para dentro novas figuras que alimentem a própria máquina ou, pior ainda, o simulacro dela. Quando falamos em números de seguidores de redes sociais a ajudarem a “transferências” entre rádios, é disso que falamos. Os intervenientes podem até ser diferentes, mas as histórias contadas passam a ser as mesmas.

Eis a questão: quanto público é efetivamente ganho com estas trocas de personalidades entre rádios? Não consigo dar uma resposta, mas se o infantilizar faz parte da estratégia de comunicação de qualquer estação, então o resultado final será o seguinte: o público antigo, aquele fiel, vai abandonar a rádio à procura de outra coisa, provavelmente do streaming, em que o curador não é uma pessoa de carne e osso e sim algoritmos alimentados por enviesamentos e jogos de bastidores bizarros onde há cada vez mais música feita por inteligência artificial ou por músicos fantasmas. Se a Antena 3 publica nas suas stories do Instagram “arte” gerada por inteligência artificial (a tendência Studio Ghibli) e, dias mais tarde, na gala dos Prémios PLAY, vemos Filomena Cautela a gozar com a inteligência artificial, que mensagem está realmente a ser transmitida aqui? Mais uma vez, “a presença forte no digital” é simplesmente um chavão para seguir tendências acriticamente. No caso da tendência Studio Ghibli, a Antena 3, uma entidade pública, ao publicar esse tipo de conteúdo normaliza-o, esquecendo que por trás dessa tendência existem problemas de privacidade e éticos associados à geração de “arte” por inteligência artificial. Isto não é ser “inovador” ou ser capaz de “atrair novos públicos”. Isto é fazer parte do crescente movimento anti-intelectual vigente sem pensamento crítico associado.

A rádio pública, mesmo que tenha perdido alguma importância durante a era do streaming, continua a ser um canal importante em Portugal para a divulgação do pensamento crítico e de histórias diferenciadas que podem não encontrar espaço nos meios privados. Tal como na crítica, é mais importante do que nunca que existam curadores capazes de contar histórias para um público verdadeiramente interessado na matéria. E para isso, é preciso cultivar esse público, mantendo o mais velho engajado na transmissão e dando palco a novas vozes que efetivamente funcionem como isso: curadores que mostrem coisas novas e desafiantes e não apenas o óbvio ou o que está en vogue.

Para mixórdia promovida por majors e agências gigantes, já há a Rádio Comercial, a RFM, a Renascença, etc. Se as vontades de uniformizar tudo e matar o alternativo (que, na realidade, já está morto) forem avante, o que se perde a nível de serviço público é imenso, e os únicos ganhadores serão os gigantes tecnológicos para os quais o público migrou e para os quais estas estações produziram conteúdo gratuito. E no final? A degradação será tanta que o espaço ocupado pelas rádios alternativas será dinamitado em favor de uma monocultura vigente dominado pelo mainstream

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Cucujanense de gema, lisboeta por necessidade. Concluiu um curso de engenharia, mas lá se lembrou que era no jornalismo musical e na comunicação onde estava a sua vocação. Escreveu no Bandcamp Daily, Stereogum, The Guardian, Comunidade Cultura e Arte, Shifter, A Cabine e Público, foi outrora co-criador e autor da rubrica À Escuta, no Espalha-Factos, e atualmente assina textos no Rimas e Batidas e, claro está, na Playback, onde é um dos fundadores e editores.
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