CULTURA POP E ILHA DESERTA
Por favor leiam este Carte Blanche com voz e cadência da Carrie Bradshaw de Sex and the City.
Estávamos no início dos anos 2000 quando parti a cama do meu irmão a dançar ao som da Shakira. Se isso não é amor por ícones da Pop, não sei! Desde então, as tardes vidrada na MTV e VH1 a ver videoclipes tornaram-se constantes. Será que ver o clipe de “Hung Up” da Madonna mais de 20 vezes por dia foi demais? “Ring Ring Ring goes the telephone!” Por falar em telephone, a imagem de fundo do meu Magalhães era um Frame do videoclipe da então icónica colaboração entre Beyoncé e Lady Gaga, que NUNCA teve continuação! Já agora, adivinhem quem era a única aluna do 1º ano que tinha um MP3 carregadinho de clássicos de música pop? Sim! E também tinha oldies tipo ABBA.
É assim que me recordo da minha infância. Tardes de verão a cantar Singstar, a ver filmes da Julia Roberts, recriar fotos icónicas, e jogar Tomb Raider com o meu irmão. Até muito tarde foi ele o meu dealer de Cultura Pop. Aliás, estar com ele era sinónimo de aprender sempre algo novo sobre o que se passava fora do nosso pequeno Cerro do Ouro, onde estes ecos de cultura pop chegavam com imenso delay. Desde essa altura, sempre me perdi de curiosidade em saber mais sobre a história destas pessoas que via e das que as precederam, tanto portuguesas como internacionais.
Enquanto artista, é nestas referências que me inspiro e alimento os meus sonhos, até porque, afinal, só quero fazer parte desta cultura que tanto me inspira. A música, para além de nos ligar a todos, é também o fio condutor para me expressar criativamente de várias maneiras – em vídeo, fotografia, cenografia, moda e performance.
Sou eu que produzo, escrevo e componho todas as minhas canções desde o início. Desde trautear as melodias na minha cabeça até ao produto final. O Logic é o meu bestie para produzir! Encontrem-me na loja de tecidos mais próxima à procura de texturas diferentes para o meu próximo look, adoro concetualizá-los. Ao escrever, tenho logo uma visão muito clara do que poderá ser o mood para o vídeo e para as fotografias e passo muito tempo à procura de pessoas que me possam ajudar a tornar tudo real. Estou constantemente em busca de referências para elevar a minha visão de atuação ao vivo. Nada me emociona mais que ver um artista a entregar-se totalmente em palco (já foram a um concerto da ROSALÍA?). Assistir a um espetáculo é das poucas coisas que me deixa eufórica e sem dormir de felicidade. É possível que alguém tenha dormido depois do concerto da Feist no Coliseu?
Na semana passada, durante uma viagem, ouvi um podcast chamado Desert Island Discs onde os convidados têm de enumerar oito músicas que levariam consigo para a ilha, de forma a que os conheçam melhor. Para que me conheçam melhor a mim, deixo-vos esta lista de 8 coisas que levaria para a ilha caso fosse exilada por crimes contra a música:
- 1 DVD – Dalida realizado por Lisa Azuelos – sobre a cantora Egípcio-Francesa Dalida, que foi dos maiores ícones da música europeia no século XX.
- O outfit do videoclipe de “Survivor” das Destiny’s Child (Barco Insuflável incluído).
- 1 CD: Golden Hour da Kacey Musgraves. Seria uma forma de viajar sem sair da ilha.
- 2 livros: um de sudoku e a bibliografia completa de Edgar Allan Poe.
- A minha avó. É a pessoa mais engraçada que eu conheço, nunca haveria tédio.
- Linguiça para assar.
- 1 Podcast – A Noite da Má Língua. Haverá melhor companhia no exílio que a Rita Blanco e a Júlia Pinheiro?
Enviem-me também uma lista do que levariam se fossem exilados!
Xoxo,
Mallina
Podem escutar ESPELHO, o EP de estreia de Mallina, nas habituais plataformas de streaming.